A escultura gótica nasceu intimamente ligada à arquitectura, sendo o resultado da decoração das grandes catedrais e outros edifícios religiosos, mas eventualmente ganhou independência e passou a ser trabalhada como uma arte autónoma.
A sua primeira fase desenvolveu um estilo austero, estilizado, com proporções alongadas e um aspecto geral hierático, tentando transmitir uma impressão de espiritualidade, bastante longe da anatomia real de um corpo, mas logo evoluiu em direcção a um maior naturalismo e realismo, a partir de uma progressiva absorção de influências clássicas e uma maior observação da natureza. Ainda que tratada de forma autónoma, a escultura gótica mais tarde continuou a ser bastante empregada na decoração arquitectural.
A escultura do Gótico representa a segunda grande escola internacional de escultura europeia a florescer na Idade Média, entre aproximadamente meados do século XII e do século XVI, evoluindo a partir da escultura românica e dissolvendo-se na escultura do Renascimento e do Maneirismo. Quando os valores clássicos voltaram a ser apreciados no Renascimento a escultura dos séculos imediatamente anteriores foi vista como disforme e rude, sendo-lhe dado o nome de gótica, já que se acreditou que era fruto da cultura dos godos, povos tidos como bárbaros e supostos responsáveis pelo desaparecimento do Império Romano. Mas os que viveram durante o período Gótico jamais deram esse nome a si mesmos e tampouco se consideravam bárbaros. Ao contrário, o aparecimento a arte gótica foi visto como inovador e foi chamado de opus modernum (trabalho moderno), sendo a escultura uma das suas mais importantes e sofisticadas expressões. Mas a apreciação negativa perdurou até meados do século XIX, quando surgiu um movimento revivalista, chamado Neogótico, que recuperou os seus valores.
Hoje sabe-se que a arte gótica, de facto, nada tem haver com os godos, mas a denominação permaneceu, consagrada pelo uso.